sexta-feira, 5 de junho de 2009

III Maratona de BTT - Cidade de Elvas (30 de Maio)

por Bruno Magalhães

Está na hora de trazer aqui à tona um pouco da verdade do meio de toda a parafernália de mentiras que têm sido ditas no seio da equipa. E nas próximas linhas notarão algum azedume na minha escrita. Para começar, a etapa foi durinha. Nem tanto pelo acumulado, mas mais pela elevada temperatura que se fez sentir durante toda a prova. Nesse sentido, alteramos a nossa ideia de fazer a maratona e fizemos a meia. Decisão sábia esta...

O começo da prova foi esquisito. Nunca tinha andado nos lugares da frente tanto tempo. Antes de entrarmos no monte e no próprio monte. Ainda durante cerca de 2 kms andei isolado na frente da prova! Até ao km 10. Fiquei a saber qual é a sensação de ter 250 mânfios atrás de mim e ninguém à frente. É muita gente a perseguir-me, muitos milhares de euros em bicicletas que, no fundo, estão subaproveitados.

Um pouco antes do quilómetro 10 fui alcançado de novo por três atletas que, uns quilómetros mais à frente foram à vidinha deles. A meio da prova fui ultrapassado por mais um. Se fosse um pouco mais à frente tentaria seguir o seu ritmo. Mas como ainda faltava muito para terminar e o calor apertava, mantive-me no meu ritmo. Até próximo do km 46 tive quatro atletas à minha frente, sem saber se iam fazer a maratona ou a meia. Como o calor apertava, pensava eu que iriam todos para a meia. No final, fiquei a saber que todos eles foram para a maratona. Logo, estava em primeiro naquela altura.


Nas fotos em cima, sempre na roda e em gestão da marmelada.


Nesta altura, começaram as peripécias de adro de igreja. Primeiro, com o caminho mal sinalizado, tive que esperar por alguém para mo indicar. Alguns minutos perdidos. Depois, mais uma curva mal sinalizada e segui em frente. A corrente saiu e perdi dois ou três minutos a conseguir metê-la no sítio (é incrível como uma coisa que parece tão simples nos faz perder tanto tempo). Por esta altura já o futuro vencedor da meia maratona tinha passado por mim. Quando consegui meter a corrente no sítio, juntei-me àquele que foi o segundo classificado na meia (um tal de José Faustino) para fazermos juntos os últimos quilómetros.

Mal sabia que o pior ainda estava para vir: já quando conseguia ver os arcos da cidade de Elvas ao longe, furei um pneu. Faltariam ainda cerca de 3 kms para terminar. Nem me dei ao trabalho de trocar de câmara (tinha câmara uma vez que já havia tido um problema com o pneu uns dias antes que me obrigou a metê-la). Trinquei a língua, controlei-me para não dar a minha bicicleta aos pobres e ir embora e fiz o resto do percurso a pé.

Nesta altura, mal sabia eu que o pior, mesmo o pior, o pior do pior ainda estava para vir: depois de ser ultrapassado por mais alguns atletas eis que, para meu terror, a 50 metros da chegada passa por mim o Matula (para quem não sabe é o outro elemento da equipa...) com um sorriso de orelha a orelha.

As boas notícias é que pior que isto não podia acontecer. A partir deste momento equaciono seriamente desistir do BTT...

Ainda uma palavra de apreço para um futuro ex elemento da Blues broThers Team que correu com a equipa pela primeira vez: trata-se do Pedro Silva, dorsal 01 da prova, que fez um brilhante 117º lugar, depois de andar na noite anterior nas tasquinhas da Semana da Juventude de Elvas, quando todos temíamos que acontecesse algo como explodir-lhe um rim ao km 2. Mas não, tudo correu bem! Esperamos que seja a primeira de muitas provas com a equipa.

Resultados finais desta meia maratona malfazeja, maléfica e patrocinada pelo diabo (pelo menos para mim) - num total de 141 que terminaram a meia maratona:

1º Carlos Merino 2h17m18s
2º José Faustino 2h25m40s
3º Pedro Correia 2h26m21s
4º Bruno Neves 2h30m15s
5º Daniel Pires 2h32m15s
6º César Estrela 2h32m38s
7º Matula 2h34m34s
8º Bruno Magalhães 2h35m34s
9º Nélson Constantino 2h37m01s
117º Pedro Silva 3h50m29s

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