segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

6ª Maratona BTT do Mondego, Ribeira de Frades (Coimbra)

"Lodo"
por Bruno Magalhães

Ponto prévio: era uma prova de BTT. Mais concretamente a 6ª Maratona BTT do Mondego. E lá foi a Blues broThers Team, sabendo que o piso não estaria grande coisa, embora cientes da preocupação que a organização demonstrou ao longo dos últimos meses, ao afirmar que a meteorologia seria um dos pontos a ter em conta na escolha do percurso.

Embora fosse a primeira maratona para a maior parte dos membros da equipa, os objectivos nem seriam muito modestos. De entre mais de 400 inscritos, ficar nos 100 primeiros seria bom.

E apesar das condições do piso, a prova nem começou mal. À excepção, claro, dos locais onde pedalava como se não houvesse amanhã, embora sem sair do sítio. Postas de lama com cerca de 30 cm3 preenchiam o espaço entre a roda traseira e o selim. Por vezes ganhavam vida própria e tentavam andar em sentido contrário. E conseguiam.

Foi esta luta constante que fez com que pouco depois do km 40 as forças começassem a faltar. Desta vez o "Cruesli" do Intermarché, marmelada, gel, banana, queques, barras... Nada disso serviu de incentivo às pernas que, abraçadas por quilos e quilos de lodo, começaram a dizer-me que assim não iria lá.

O que leva alguém a um Domingo de manhã, já com mais de 18 anos (portanto, com algum juizinho na cabeça...), a abandonar a família, a missa e o martini na Sede Social para ir brincar com a bicicleta na laminha? O que leva alguém a gastar uma porrada de dinheiro numa bicicleta que, quem sabe, nos trará algum status social, para destruí-la no monte sem pensar duas vezes? Se há gente que descansa ao sétimo dia (e que, segundo dizem, fez algumas coisas mais importantes do que sacar umas "piascas" no monte), por que não vestir o fato de treino e ir passear para o shopping?

Estas eram algumas das perguntas que me assombraram na altura e que, recorrentemente, assombram os membros da equipa.

Ora bem, a partir daí continuei em jeito de passeio, sem forçar muito e a tentar acelerar de vez em quando. Ao fim de quase 80 kms e 4h41m48s consegui chegar ao fim. E em 66º lugar.

Quanto aos restantes elementos da equipa, apesar de estarem inscritos na maratona, decidiram terminar a prova dos 40 km, depois de correntes partidas, cremalheiras devoradas pela lama (isto é verdade!) e outros problemas bastante complexos e que colocam em causa várias leis da física...

No final, foi bom perceber que a organização se preocupou com as condições meteorológicas. Não gostava de lá ter estado se não se tivessem preocupado...

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